sábado, 30 de maio de 2009




NUTRIÇÃO: Aliados para um corpo saudável
Maria Vianna


Combustíveis para que nosso corpo funcione em plena forma, as vitaminas e os minerais estão presentes em quase todos os alimentos. Consumidos em baixas quantidades, deixam o organismo fraco, letárgico e suscetível a várias doenças. Mas engana-se quem pensa que só quem está abaixo do peso é que tem carência de nutrientes. Hoje, o maior desafio dos especialistas em nutrição é tratar do desequilíbrio nutricional em quem está acima do peso. O Congresso Brasileiro de Obesidade, que termina hoje no Rio de Janeiro, teve como proposta traçar novas metas para lidar com os problemas alimentares da população, resultado de uma dieta pouco saudável, pobre em nutrientes, rica em gorduras e repleta de aditivos químicos.

Presidente do Congresso, o endocrinologista Walmir Coutinho explica que os médicos devem estar atentos a esta transição nutricional - na qual a população sai da desnutrição direto para o excesso de peso - e que está piorando a saúde da maioria dos brasileiros. ''Pessoas que nunca tiveram acesso ou se alimentavam com certos tipos de comida estão mudando os hábitos para pior. É comum ver gente trocando o feijão com arroz pelo hambúrguer, o leite pelo refrigerante. Estar acima do peso não é sinônimo de estar bem alimentado, já que trocar alimentos ricos em nutrientes pelos de calorias vazias só fazem mal ao organismo'', alerta o médico. Para Coutinho, o importante não é deixar de comer o que se gosta, mas escolher alimentos nutritivos, que satisfaçam as necessidades do organismo e não contribuam para o aumento de peso.

A nutricionista Cláudia Callado, professora da Escola de Reeducação Alimentar, no Humaitá, lembra que comer muito não é sinônimo de comer bem, e que a maioria das pessoas acima do peso tem deficiências nutricionais porque não sabe escolher bem os alimentos. ''O excesso de peso geralmente está ligado à alimentação moderna, que é composta basicamente por alimentos ricos em gordura saturada, carboidratos refinados e produtos industrializados. Eles não só possuem calorias vazias e muitos aditivos químicos, como também consomem, em vez de fornecer, vitaminas e minerais, causando a carência nutricional'', explica Cláudia, que dá aulas sobre como transformar receitas tradicionais, como lasanha e cheesecake, em pratos mais saudáveis e menos calóricos.

As vitaminas e minerais têm várias funções no organismo. Um de seus papéis principais é regular as várias reações químicas do nosso metabolismo. Cláudia lembra que a carência nutricional causada pela alimentação de má qualidade pode dificultar a perda de peso. Isso porque alguns nutrientes, quando em déficit, impedem um processo de emagrecimento eficaz. ''Existem alguns minerais, como o zinco e o cromo, que participam da formação e do desempenho da insulina, um hormônio que, em baixa, leva ao depósito de gorduras e, portanto, está ligado à obesidade. Regular os níveis das vitaminas e dos minerais, em especial o cromo, impede a liberação exagerada de hormônios e ajuda quem quer emagrecer'', explica a nutricionista.

A deficiência de ferro pode causar anemia. Já a falta de cálcio compromete o coração, os músculos e os ossos. Mas, antes de correr atrás de suplementos, o importante é mudar a alimentação. ''Os minerais e algumas vitaminas não são sintetizados pelo organismo. Por isso, só podem ser obtidos pela alimentação'', explica o neurofisiologista Rubem Guedes, da Universidade Federal de Pernambuco. ''A suplementação deve ser recomendada por um médico. Em certos grupos, como idosos, ela é de grande valia'', lembra Rubem Guedes.

CONTATOS:
Escola de Reeducação Alimentar Tel: 2246-0804
Universidade Federal de Pernambuco Tel: (81) 2126-8000
Walmir Coutinho Tel: 3150-3006


A função das vitaminas e minerais no corpo

Vitamina A: Ajuda na formação dos ossos e dentes, melhora a pele e o cabelo, protege os sistemas respiratório, digestivo e urinário e é de grande importância para a visão

Vitamina D: Promove a boa coagulação do sangue e fortalece músculos e nervos

Vitamina E: Contribui na formação de novas hemácias, protege o revestimento das células do pulmão e evita o envelhecimento precoce

Magnésio: Regula os impulsos nervosos e as contrações musculares e ativa reações químicas nas células

Selênio: Protege as células dos radicais livres, diminui o risco de alguns cânceres e ajuda a conservar os tecidos

Zinco: Auxilia na cicatrização, fortalece a pele e o cabelo e controla várias atividades enzimáticas

Fonte: JB Online

quinta-feira, 21 de maio de 2009


COMO ALIMENTAR NOSSAS CRIANÇAS

(Fonte: http://www.docelimao.com.br)

Os filhos são nossa alegria e orgulho. São a próxima geração, e o que comem hoje pode garantir - ou sabotar - a saúde e a realização deles no decorrer da vida.

Como pais e sociedade, queremos tudo o que há de melhor para esses seres - é claro que queremos -, por isso, sempre existe um desejo consciente de colocar em prática padrões alimentares ideais, no mínimo, para ter a certeza que fizemos a nossa parte, criamos indivíduos altamente determinados, com preferências alimentares, e de vida, próprias e ponto final. No entanto, a alimentação que oferecemos aos nossos filhos está condizente com estes propósitos?

Mesmo que inicialmente, ou distraidamente, não pensemos desta maneira, é importante refletir sobre esta perspectiva, pois o desenvolvimento físico e mental das crianças depende do suprimento de todos os nutrientes necessários, por meio de uma alimentação equilibrada, natural e variada.

Natural SIM. Acabo de ler o livro Freakonomics (Steven D. Levit - editora Campus), que levanta uma premissa constrangedora: "se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia tem ferramentas para mensurar o modo como ele realmente funciona". Se, é a pobreza que faz aumentar a criminalidade, porque o mundo industrial, que detém o poder do dinheiro, é tão criminoso? Quem mata mais que uma indústria alimentícia que divulga e robotiza as crianças, vítimas da mídia selvagem, para consumirem guloseimas que não nutrem, mas as destroem?

É chegada a hora de refletirmos que tipo de alimento nutre e sustenta as nossas vidas e de nossos filhos. De saber usar nosso dinheiro para comprar saúde e não a facilidade de barganharmos o amor das crianças com despensas dispensáveis. Caminho mais fácil para lidar com os filhos e, super interessante para perpetuar os ‘crimes’ do capitalismo selvagem. Mas ele não constrói a saúde, nem física, menos ainda a dos nossos relacionamentos com os baixinhos, que um dia serão adolescentes e adultos.

O que eles comem pode afetar seu desempenho escolar, seu comportamento e, obviamente, sua saúde. Comecemos pela importância de uma boa refeição matinal, que pode ser muito simples, como uma vitamina reforçada de leite de sementes. Super nutricional, agrada aos apressadinhos, aos que gostam ou não de comerem antes de sair para a escola, e irá fazer diferença no rendimento de toda a manhã: aprendizado, atividade física e social.

Muitas crianças estão crescendo sem conhecer os princípios da boa nutrição, chegando até mesmo a desprezá-los. Algumas beliscam o dia inteiro, outras são gulosas e estão acima do peso. A obesidade infantil é um problema e tanto. Estatísticas da pesquisa anual de saúde de 2004, realizada na Grã-Bretanha (2004 Annual Health Survey of Great Britain) e divulgada em 2006, mostram que 19% (quase um quinto) de todas crianças britânicas entre 2 e 15 anos de idade estão obesas. Desde 1995, houve um aumento de 10% na obesidade entre os meninos e de 15% entre as meninas. E diversos estudos mostram que crianças acima do peso têm uma chance muito maior de se tornarem adultos acima do peso.

Um dos principais motivos pelos quais tantas crianças estão gordas, até mesmo obesas, é o fato de gostarem tanto de comer alimentos açucarados e gordurosos - junk food, chocolate e salgadinhos de saquinho. Por que gostamos tanto desses alimentos? Será que podemos fazer alguma coisa para estimular crianças de todas as idades a provar alternativas mais saudáveis?
É preciso investigar quando começou esta ‘neura’ por beliscar e lanches e, por que tantos pais têm dificuldade de fazer os filhos comer legumes e hortaliças.

Será que assistir televisão por muitas horas/dia ou durante a refeição pode influenciar adversamente o peso das crianças?

E, nos perguntamos: por que nem todas as crianças são obesas? Será que existe alguma coisa dentro de nós que nos diz quando já comemos o suficiente? E, se tivermos, por que não funciona para todos?

Bem, as edições mensais das Revistas Especial Kids estão dando o que falar, pois seu propósito é justo o de encontrar este caminho de construção e união: ceder ao consumismo é fácil, mas ele nos leva a um mundo que desejamos melhor?

Assim como uma doença ou cura, começa por uma célula, por uma decisão comprometida; a mudança do mundo começa por cada um de nós, principalmente se temos em mãos os Seres do futuro.


(Conceição Trucom é química, cientista, palestrante e escritora sobre temas voltados para alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida.)

terça-feira, 12 de maio de 2009

Cuidado, Popeye: espinafre é um perigo--------------------------------------------------------------------------------
Há pessoas que evitam ingerir carne e laticínios e, para assegurar o necessário suprimento de ferro e cálcio, substituem esses alimentos por vegetais - em geral os verde-escuros como espinafre, couve- manteiga e brócolis. Contudo, segundo Jocelem Mastrodi Salgado, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), nem sempre esses minerais são aproveitados pelo organismo quando se consume verduras: algumas delas contêm substâncias tóxicas que impedem a absorção dos nutrientes. Pior: podem causar efeitos tóxicos, "o que ocorre com a grande ingestão de espinafre", segundo Salgado.
A pesquisadora revela que os ácidos fítico e oxálico, este último presente em grande quantidade no espinafre, têm a capacidade de ligar-se ao cálcio e ao ferro, "fazendo com que fiquem indisponíveis para serem absorvidos pelo nosso corpo" e acabem por ser eliminados nas fezes. E mais: comer espinafre numa refeição "pode reduzir a biodisponibilidade do cálcio" contido em outros alimentos. Quanto aos efeitos tóxicos, ela lembra que em 1951, nos Estados Unidos, "a ingestão de leite batido com espinafre (o objetivo era enriquecer a bebida com ferro) causou a morte de crianças recém-nascidas".
O fato, no entanto, acabou encoberto na época. Uma pesquisa orientada por Salgado mostrou que cobaias em cuja dieta acrescentaram folhas de espinafre secas e moídas morreram na primeira semana com hemorragias e toxidade renal. Folhas cozidas tiveram o mesmo efeito. O estudo também avaliou a couve- manteiga e a couve-flor e não constatou nenhum efeito tóxico sobre os animais. Em vista disso, Salgado aconselha a substituição do espinafre: "Couve, brócolis, folha de mostarda, agrião, folhas de cenoura, beterraba e couve-flor, e leguminosas como feijões, ervilha, lentilha e soja são as melhores opções para quem quer consumir fontes alternativas de cálcio e ferro".
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado é Professora Titular de Nutrição da ESALQ/USP e Presidente da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais

Fonte: Revista Pesquisa FAPESP - Edição Impressa 68 - Setembro 2001