segunda-feira, 22 de junho de 2015


SONETO AO INVERNO 
Vinicius de Moraes


Inverno, doce inverno das manhãs 
Translúcidas, tardias e distantes 
Propício ao sentimento das irmãs 
E ao mistério da carne das amantes:

Quem és, que transfiguras as maçãs 
Em iluminações dessemelhantes 
E enlouqueces as rosas temporãs 
Rosa-dos-ventos, rosa dos instantes?

Por que ruflaste as tremulantes asas 
Alma do céu? o amor das coisas várias 
Fez-te migrar - inverno sobre casas!

Anjo tutelar das luminárias 
Preservador de santas e de estrelas... 
Que importa a noite lúgubre escondê-las?

- Londres, 1939 -


sábado, 20 de junho de 2015

Sábias palavras...



Um repórter perguntou à poeta Cora Coralina o que é viver bem. Ela lhe disse:


"Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice.
E digo pra você, não pense.
Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo.
Eu não digo que estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco.
É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.
Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. 
O bom é produzir sempre e não dormir de dia.
Também não diga pra você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima.
Eu não digo nunca que estou cansada.Nada de palavra negativa. 
Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.
Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio!
Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha, não. Você acha que eu sou?
Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser. 
Filha dessa abençoada terra de Goiás.
Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos. 
Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.
Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.
O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. 
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. 
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.
Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."

segunda-feira, 8 de junho de 2015

CAPELETTI IN BRODO...






Nesse frio essa receita, que é uma das mais tradicionais da gastronomia italiana, é uma ótima sugestão...


Ingredientes:

Capeletti de carne(de boa qualidade)
Sal e pimenta a gosto
Queijo ralado
Caldo escuro de carne:
1kg de corte de boi com ossos (Ex: ossobuco)
1,5 litro de água
2 cebolas
1 talo de salsão
1 cenoura
2 colheres de sopa de polpa de tomate
½ copo de vinho branco
1 folha de louro
1 raminho de tomilho
½ colher de chá de pimenta em grãos
2 ramos de salsinha
1 dente de alho esmagado

Caldo:

1. Coloque os ossos em uma assadeira e leve ao forno bem quente até dourarem bastante.
2. Retire os ossos da assadeira e reserve. Escorra a gordura da assadeira e reserve.
3. Leve a assadeira "suja" para a boca do fogo, quando aquecer coloque o vinho branco para remover as crostas torradas da carne que ficaram na assadeira.
4. Coloque uma panela no fogo e aqueça a gordura reservada, adicione os legumes e deixe dourar bem. Depois junte a polpa de tomate, e depois o caldo da assadeira (com o vinho branco).
5. Coloque os ossos de volta na panela. Adicione os temperos e cubra com água.
6. Leve ao fogo baixo (sem tampar) por 3 horas.
7. Coe o caldo e reserve (desfie a carne do ossobuco e utilize na sopa ou congele para usar em outra receita).

Capeletti:

1. Cozinhe a massa no caldo.
2. Tempere com sal e pimenta.
3. Sirva com queijo ralado.