segunda-feira, 19 de março de 2007


ANOREXIA NERVOSA - A TENTATIVA DE NEGAR A FOME
(Illustration copyright 2003 Nucleus Communications, Inc. All rights reserved. http://www.nucleusinc.com
People with anorexia often have a distorted body image.)


O que é? Como se manifesta?

A Anorexia Nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por se limitar à ingestão de alimentos, devido à obsessão da magreza e um medo mórbido de ganhar peso. Não há uma perda do apetite e sim uma recusa em ganhar peso e se alimentar. A Anorexia interage diretamente com uma área de grande preocupação humana, que é o relacionamento entre nós e nosso corpo e entre nós e o que comemos. As pessoas, na grande maioria mulheres, com esse transtorno têm muito medo de ficarem gordas e este medo geralmente não se torna mais brando pela perda de peso. Na realidade, a preocupação com o ganho ponderal pode aumentar à medida que o peso real diminui.


Os indivíduos que estão anoréxicos apresentam uma imagem corporal distorcida. Muitas vezes acham que têm excesso de peso, embora estejam muito magros, ou, outras vezes, percebem-se magros, mas com certas partes de seu corpo, principalmente o abdômen, coxas e nádegas, “muito gordas”. Raramente um paciente que procura tratamento psicológico se queixa da perda de peso em si. Os pacientes com Anorexia Nervosa utilizam-se de várias técnicas para estimar seu peso. Assim pesam-se várias vezes ao dia, medem o corpo obsessivamente e o espelho passa a ser o “amigo-inimigo”. Para a anoréxica, a perda de peso é recebida como uma conquista fantástica e como um sinal de extrema disciplina. Já o aumento de peso vai significar fracasso e perda do autocontrole.


Existem dois tipos de Anorexia Nervosa:


1- Tipo restritivo: o paciente consegue a perda de peso por meio de jejuns, dietas e exercícios excessivos.


2- Tipo Compulsão: pacientes que comem compulsivamente e fazem induções do vômito ou uso de laxantes, diuréticos e enemas.


A idade média para o aparecimento da Anorexia Nervosa é de 17 anos, com algumas variações entre 13 e 18 anos. O aparecimento da doença pode estar associado a algum acontecimento importante na vida do adolescente. A Anorexia Nervosa costuma começar com um emagrecimento acidental, devido a uma doença ou tristeza. Só se torna anorexia se o individuo passa a ficar viciado em perder peso e começar a usar isto para resolver outros problemas. A evolução da doença tem um curso variável. Alguns pacientes apresentam recuperação após episódio isolado, outros vivenciam um curso crônico por alguns anos.


A amenorréia em geral é conseqüência da perda de peso, como também a menarca, muitas vezes, é retardada em conseqüência da doença. Isso ocorre devido aos baixos níveis de estrógenos, que por sua vez, deve-se a uma redução da secreção de FSH (hormônio-folículo-estimulante) e LH (hormônio luteizante). Esses são os aspectos biológicos, que incluem alterações hormonais na fase da puberdade, bem como a dopamina, a serotonina, a noradrenalina e dos peptídeos opióides, ligados à regulação do comportamento alimentar, incluindo aspectos genéticos. O eletroencefalograma pode estar alterado em pessoas com Anorexia Nervosa, mostrando muitas vezes bradicardia sinusal ou outras formas de arritmia. O exame clínico desses pacientes, muitas vezes, apresenta queixas de intestino preso (constipação), dor abdominal, intolerância ao frio, pele seca...


HIPÓTESES


Para compreendermos o movimento psicológico da anoréxica, se faz necessário compreender o profundo e complexo relacionamento das mulheres com o alimento. Desde os primórdios nos foi ensinado que o alimento é necessário para a vida, a saúde e a felicidade do lar. A comida é o meio pelo qual, nós mulheres, mostramos amor e cuidado com nossos filhos, maridos, amantes, amigos... Somos constantemente bombardeados com todos os tipos de programas e propagandas sobre os mais diversos tipos de alimentos, desde os naturais até os diet, sempre visando o bem estar familiar. Gastamos um tempo enorme entre planejar, comprar, fazer refeições, adequando-as a aspectos nutricionais como também observando os limites dentro do orçamento familiar. Tornamo-nos provedoras de alimentos, sempre com o intuito de agradar e demonstrar cuidado com os outros.


Cuidar da preparação do alimento está associado a um ato de amor. Logo, recusá-lo, pode estar associado há uma forte rejeição. As crianças aprendem isso logo cedo e de uma maneira muito rápida. Quando meninas aprendemos a comer para tranqüilizar nossas mães, nunca para nosso prazer e satisfação. Nossa auto estima e auto imagem se forma mais pela aprovação dos outros do que pela avaliação que fazemos de nós mesmas. A família aqui aparece representada pela figura do pai que é a autoridade e a mãe é quem cuida e alimenta. Logo, estaremos falando da função nutridora da família representada pela mãe.


Donald Winnicott fala dos relacionamentos nos primeiros estágios de vida entre mãe e bebê, no qual o bebê se percebe como uma extensão de sua mãe. É esperado que mãe e bebê comecem a sair desse estado de fusão, no qual a mãe compreende intuitivamente as necessidades do bebê. O choro, os protestos, os gestos criativos, todos os pequenos sinais que o bebê faz para chamar a atenção de sua mãe, se perdem, se ela os satisfaz, alimentando-os antes. Perdem-se, pois ele precisa aprender a chamar atenção e dizer que está com fome. Essa experiência é fundamental para o desenvolvimento psíquico do bebê, no sentido de aquisição do poder, capacidade de agir e interagir no mundo, desenvolvendo a sua autonomia e compreensão. Para a criança só restam então duas alternativas: ficar num estado permanente de regressão e fusão com a mãe, ou encenar uma total rejeição, mesmo daquela suposta boa mãe.


Nesse processo a criança relaciona sua alimentação com o contato de sua mãe. O alimento é algo que a mãe decide por ela e não está ligada a sua necessidade de satisfação por comida. Todos os pais reconhecem o quanto é difícil viver com crianças que não se alimentam direito. As horas das refeições passam a ser momentos tensos, onde pais tentam convencer filhos a comer. Técnicas são desenvolvidas para que os filhos comam. As mães ficam desesperadas e se sentem rejeitadas quando os filhos não comem. A criança nesse processo aprende a controlar os pais. Ela se diverte com os recursos e batalhas inventadas na hora das refeições. O que pensar de uma adolescente que se recusa a comer?


Poderíamos hipotetizar que a mulher que está anoréxica desistiu de fingir que é independente. Todos os seus sentimentos infantis voltaram a aflorar. Na relação mãe e filha ela irá apresentar os sentimentos ambivalentes. Enquanto a alma grita por cuidados, ela se recusa a alimentar o corpo, ao mesmo tempo em que seu desejo de ser autônoma, dona de sua vida, causa-lhe um conflito enorme.


A dificuldade da anoréxica em identificar sensações físicas, e, principalmente a fome, está diretamente ligada a um fracasso nesse processo anterior de aprendizagem. Elas não aprendem a gerenciar a própria vida, não sendo capaz de dirigi-la sozinha. Quando precisam demonstrar autonomia, sentem-se incapazes de enfrentar a realidade. Observamos no trabalho com anoréxicas, que a figura da mãe é central para elas. É a pessoa mais importante de suas vidas. Tendem a idealizar este relacionamento, embora apareçam sentimentos de carência em relação à mãe quando esta precisa dar atenção a outros membros da família.


Um grande número de jovens que se tornou anoréxicas se encaixa, na descrição acima. Foram jovens dóceis, vivendo bem no ambiente familiar, sem raiva ou hostilidade. Geralmente vêm de famílias que possuem conforto material, mas são excessivamente controladoras e isso pode estar relacionado com o processo de alimentação.


As jovens anoréxicas sentem prazer e necessidade de ver os outros comendo mais do que elas. Preparam muitas vezes pratos deliciosos para os amigos comerem, mas não conseguem perceber que comem muito pouco e esse pouco também é exagerado. Desenvolvem comportamentos bizarros em relação aos alimentos. Muitas vezes para não comê-los e os outros não perceberem, passam a escondê-los dentro dos armários, enchem o prato de comida e a seguir jogam fora, sem que os outros vejam. A anoréxica perde o contato com a realidade em relação a peso e aparência. E não fala de sua magreza. Nega que tenha fome e resiste aos alimentos que gostaria de comer No tratamento, faz com que as pessoas que cuidam dela se sintam gordas e desleixadas.


A Anorexia Nervosa é um sintoma que surge em mulheres que não possuem autoconfiança e que têm dificuldade de estar no mundo. Não conseguem pedir ajuda e adotam estilos de vida muito austeros e autopunitivos. Muitas não se sentem atraídas por diversões e tendem a levar a vida de uma maneira séria demais. Às vezes se tornam retraídas, menos sinceras e talvez prefiram ficar sozinhas. Percebem o relacionamento social como estressante.


TRATAMENTO: PESO IDEAL?


Compreender a alma da paciente anoréxica, talvez seja um dos trabalhos mais difíceis para um psicólogo. O processo terapêutico é sempre percebido como uma tentativa de coerção. Normalmente a paciente é levada pela família e não reconhece que precisa de tratamento. Desconfiam dos médicos e psicólogos vendo-os como inimigos que querem realimentá-los, fazendo-as perder a vontade de controlar seu peso.


O psicólogo deverá deixar bem claro á paciente e aos seus familiares que o objetivo do tratamento não é fazê-la engordar. O corpo da anoréxica é responsabilidade dela, mas, ao mesmo tempo, lembrá-la de que isto vai ocorrer quando for necessário. Na família considera-se o corpo da anoréxica responsabilidade de sua mãe. Uma das reivindicações básicas da anoréxica é que ela e mais ninguém pode controlar seu corpo. Como criança, ela bate o pé e internamente e externamente constrói suas barreiras. Ela não deverá comer para satisfazer as necessidades dos outros que não agüentam vê-la magra, mas sim, porque o seu corpo é parte da mulher que está ali e merece ser acalentado.


O conflito entre cura e estar doente deve ficar claro entre paciente e terapeuta. O papel do terapeuta não é fazê-la acreditar que sabemos exatamente como ela se sente, mas sim ajudá-la a entrar no processo de identificação dos seus próprios sentimentos que a levaram a se tornar anoréxica.


É importante que a paciente seja capaz de dividir as suas próprias percepções de vida. Contar em detalhes como é o seu mundo e só poderemos ter certeza de como ele é se ela o assim fizer. Mulheres anoréxicas são extremamente sensíveis às reações dos outros. Todos os seus sentimentos podem ter sucumbido na preocupação com a comida e a maneira de conseguir evitá-la. É um processo detalhado que inclui delicadeza e paciência. Recaídas são freqüentes. Terapeuta e paciente trabalham juntos com o material que o cliente apresenta, visando interpretá-lo para a cliente poder transformá-lo.


A anorexia também representa uma tentativa de auto suficiência. A necessidade de ser magérrima, conseguir um corpo perfeito onde mulheres falham, indica uma busca de perfeição mais profunda e ampla, que é movida pela insegurança. Vive com medo que descubram sua incompetência.


O ganho de peso ou a desistência do sintoma não quer dizer cura. A anoréxica tem vivido num mundo de fome e renúncia. Num primeiro momento, a sua alimentação passa a ser um caos. O paciente entra em pânico e acha que todos os seus temores em relação à perda de controle se realizam. Com a ajuda psicológica isso se equilibra e o paciente passa a aprender como comer. Desiste de estar só e perfeita.


Finalmente não insista para que ela coma. Isto não adianta. Evite comentários do tipo... -"Olha, como você era bonitinha “....Não pergunte por que ela está fazendo aquilo...Ela também não compreende o que está acontecendo.


O importante é que se compreenda que a anorexia não é uma doença e sim uma reação à condição feminina. Sempre há uma resposta, por mais dolorosa que ela seja. Poderemos ficar mais vulneráveis do que antes, mas não precisaremos mais nos esconder na magreza, na tristeza e na infelicidade. Caminharemos dentro de um processo onde se possa ter mais autonomia e liberdade.


Heloisa Garbuglio- CRP 51448 (heloisagarbuglio@hotmail.com )

segunda-feira, 12 de março de 2007


COMUNICADO


Comunico aos amigos e clientes que volto a atender em São Paulo, no Medical Center Paulista ( anexo ao Hospital Alvorada, em Moema ) todas as segundas-feiras das 9 às 19hs.


“ A cura é o reajustamento do indivíduo à Divina ordem da Natureza, o retorno ao abrigo de suas sábias leis..” (Paracelso)

· ANSIEDADE
· STRESS
· PROBLEMAS CRÔNICOS DE ORIGEM EMOCIONAL
· HIPERATIVIDADE INFANTIL
· TRANSTORNO DO PÂNICO
· OBESIDADE (individual e grupo)
· DEPRESSÃO
· TRANSTORNOS DA TPM e MENOPAUSA
· TOC (TRANSTORNO OBSESSIVO/COMPULSIVO)
· ACOMPANHAMENTO PRÉ/PÓS-CIRÚRGICO
· TVP (Terapia de Vidas Passadas)
· AUTOGESTÃO, MOTIVAÇÃO, COACH.
· CURSOS, PALESTRAS, WORKSHOPS

Tratamentos também com Fitoterápicos, Essências Florais, Cromoterapia, ACUPUNTURA (inclusive estética), Auriculoacupuntura, Terapia Ayurveda (Indiana), Reflexologia, Zonoterapia, Aromaterapia, Arteterapia.


Medical Center Paulista - R. Ministro Gabriel de Rezende Passos, 500, S/ 1314 Moema – São Paulo/SP
Tel.: 11 5052 9205 ( às segundas-feiras) / 11 8187 6885 (C/ Marlene)

Clínica Santo Expedito – R. Vicente Scherma, 54 – centro – Jacareí/SP
Tel.: 12 3951 2053 / 12 9152 2900 / 3952 7099


AS COLSULTAS PARA SÃO PAULO TAMBÉM PODERÃO SER AGENDADAS ATRAVÉS DOS TELEFONES DE JACAREÍ.

sexta-feira, 9 de março de 2007


Alimentos estimulantes do desejo



Um punhado de nozes como aperitivo, participação de ostras no prato principal e uma torta de chocolate na hora da sobremesa. Por trás do cardápio apetitoso, estão escondidas muita energia e disposição para a noite toda.


Considerados estimulantes do desejo sexual, os alimentos afrodisíacos (palavra de origem grega que remete à deusa do amor Afrodite) dão uma acelerada geral na circulação, aumentando a intensidade das sensações. "A ativação da libido se dá por causa do estímulo que esses alimentos promovem na corrente sanguínea", explica a nutricionista da consultoria RGNutri, Andréa Andrade.


Além disso, outros fatores como o aspecto, o aroma e a sensação que esses ingredientes causam na boca são os responsáveis por animar os apaixonados. "O odor da baunilha, do curry, do gengibre e das frutas com perfume doce podem influenciar no desejo, despertando sensações que interferem na liberação de alguns hormônios sexuais", diz Andréa.


Sabores fartos


Para não faltar disposição na hora H, a especialista da RGNutri montou uma lista, recheada de opções que vão fazer você transpirar de tesão. Veja abaixo como cada um deles age no organismo.


Açafrão: especiaria vermelho-alaranjada que aumenta os batimentos cardíacos e o suor, sinais de excitação sexual.


Aspargo: é considerado afrodisíaco pelo formato e por conter vitamina B3, que promove dilatação dos vasos sanguíneos, inclusive os vasos dos órgãos genitais.


Canela: além do aroma instigante, o sabor quente atiça não só o paladar.


Chocolate: contém três tipos de estimulantes: alcalóide, teobromina e cafeína, proporcionando bem-estar, força e vitalidade. Era a bebida sagrada dos astecas e estava relacionado à deusa da fertilidade.



Cravos-da-Índia: são, antes de tudo, um excelente digestivo. Seu aroma tem o poder de despertar o desejo.


Nozes: usadas pelos Romanos em rituais de fertilidade e como potencializadoras do desejo para o romance.


Ostras: um dos alimentos mais famosos por seu poder afrodisíaco, deve grande parte da reputação ao ritual de abertura (que remete à vagina) e da sensação ao ser degustado. As ostras são ricas em zinco e ferro, minerais conhecidos pela estimulação do metabolismo e pelo transporte de oxigênio no sangue, respectivamente.


Faça o teste


As virtudes dos afrodisíacos, no entanto, não são cientificamente comprovadas - ainda! Mas, segundo a nutricionista, alguns estudos justificam os efeitos pela expectativa criada no momento da ingestão.


Se você continua na dúvida, a especialista te convida para tirar a prova de uma vez por todas. A seguir, confira duas receitas afrodisíacas deliciosas, preparadas por Andréa especialmente para o Minha Vida. Depois do teste, não deixe de contar para a gente se a teoria realmente funciona.


Salada de Aspargos e cogumelos (para 2 pessoas)


Ingredientes - 100 gramas de cogumelos fatiados - 250 gramas de aspargos frescos - 2 colheres de sopa de manteiga - 3 colheres de sopa de iogurte - Folhas de alface para decoração


Modo de preparo - Aqueça a manteiga numa panela pequena e junte os cogumelos. Refogue-os por 5 minutos. Cozinhe os aspargos, deixe-os escorrer e corte-os em pequenos pedaços. Junte os aspargos aos cogumelos. Enfeite os pratos com folhas de alface e coloque a mistura de aspargos e cogumelos por cima. Prepare um molho com iogurte e sal e derrame sobre a salada. Sirva gelada.
Calorias por porção: 107,64 kcal


Pêras em Calda


Ingredientes - 8 pêras - 4 xícaras de água - 2 xícaras de açúcar - 4 pauzinhos de canela- 1 laranja para cortar em rodelas


Modo de preparo - Em uma panela coloque o açúcar, a água e a canela. Leve ao fogo, misture e deixe levantar fervura. Cozinhe por 5 minutos. Acrescente as pêras descascadas, porém inteiras. Junte as rodelas de laranja e cozinhe lentamente, até que as pêras estejam macias, sem deixar que se desmanchem. Deixe esfriar e coloque numa compoteira.
Calorias por porção: 260,87 kcal






Por Que Nos Decepcionamos Com o Amado


( por Flávio Gikovate )

Por que nos encantamos sentimentalmente com uma pessoa? Ainda não podemos responder integralmente a esta pergunta fundamental. Fomos capazes de avançar muito a esse respeito nos últimos anos, de modo que algumas conclusões parciais podem ser muito úteis para que cometamos menos erros.

Nós nos envolvemos com outra pessoa porque nos sentimos incompletos em nós mesmos. Se nos sentíssemos inteiros e não “metades”, certamente não amaríamos. Sim, porque o amor corresponde ao sentimento que desenvolvemos em relação àquele que nos provoca a sensação do aconchego e completude que não conseguimos sentir quando estamos sozinhos. A escolha do parceiro, daquele que irá nos fazer sentir menos desamparado, é repleta de variáveis intrigantes que vão desde o desejo de também nos sentirmos protegidos até aquelas em que precisamos nos sentir úteis e até mesmo explorados.

Neste momento, estou querendo me ater um pouco ao processo do enamoramento, no encantamento inicial que faz com que uma pessoa “neutra” se transforme em indispensável, sem a qual não podemos imaginar seguir vivendo. O processo, que não raramente se dá em poucos instantes, depende de elementos nem sempre detectáveis. É claro que a aparência física das pessoas envolvidas desempenha um papel muito importante no fenônemo do enamoramento. Esse aspecto inicial do encontro amoroso não deve ser confundido com o amor propriamente dito. O amor é paz e aconchego ao lado de uma pessoa, ao passo que o enamoramento corresponde ao processo pelo qual esta pessoa é escolhida – e que, como regra, corresponde a um período nada sereno; o amor é uma emoção ansiada mas que nos chega acompanhado de muitos medos.

No que diz respeito à aparência física, é claro que o elemento erótico se destaca, especialmente nos homens que têm um desejo visual marcante. Acontece que, por caminhos diversos, muitos são aqueles que guardaram em suas memórias registros de figuras que muito os impressionaram e que se transformaram em modelos ideais com os quais cada nova pessoa conhecida é confrontada. Por vezes é algo geral, incluindo a forma do corpo; outras vezes é a cor dos olhos, dos cabelos, o tipo de seio, os quadris. Algo que pode lembrar desde suas mães até alguma estrela de cinema que muito lhes tenha impressionado. A verdade é que, por outras vias, as moças também guardam dentro de si indicadores do que elas acham que seja o homem ideal para elas: podem ser esbeltos ou musculosos, intelectualizados ou executivos, voltados para as artes ou poderosos, e assim por diante. Todos esses ingredientes incluem elementos eróticos, mas todos eles se transformam, em nossa imaginação, em símbolos dos nossos parceiros ideais. De repente, julgamos ter encontrado um número importante de tais símbolos naquela pessoa que nos passou pela vida. E nos enamoramos.

Assim sendo, o fenômeno do enamoramento se fundamenta em aspectos relacionados com a aparência do outro. É claro que ela costuma ter relação com o que a pessoa é por dentro. Mas a correlação não é absoluta e nem assim completa. Conversamos com a pessoa que nos atraiu e, em virtude da atração inicial que sentimos e do nosso desejo enorme de amar, tendemos a ver no seu interior as afinidades e peculiaridades que sempre quisemos que existissem naquele que nos arrebataria o coração. Por exemplo: um rapaz mais franzino, mais intelectualizado e voltado para as artes é visto, mais ou menos rapidamente, como emotivo, romântico, delicado e respeitoso, pouco agressivo, que respeita os direitos da mulher e não é exageradamente ciumento. Uma moça se encanta com ele e espera que ele seja portador de todas essas peculiaridades. Essa expectativa se transforma, mais ou menos rapidamente, em certeza de que elas existem. A moça projeta seus sonhos de perfeição naquele rapaz que tanto a encantou e passa a ter certeza de que as propriedades desejadas estão lá. O fenômeno é o da idealização, pelo qual acreditamos que o outro contenha todas as peculiaridades que dele esperamos.

Sonhamos com o príncipe encantado – ou com uma princesa ideal – e, ao nos enamorarmos, projetamos todos os nossos desejos sobre aquela pessoa. Passamos a conviver com ela e a esperar dela as reações próprias do ser que idealizamos. O que acontece? É a pessoa real a que irá agir, reagir e se comportar de acordo com suas efetivas peculiaridades. Não poderemos deixar de nos decepcionar, não obrigatoriamente por causa das peculiaridades efetivas do amado, mas porque despejamos sobre ele todos os nossos sonhos e exigências de perfeição. O erro nem sempre está na pessoa e sim no fato de termos sonhado com ela mais do que prestado atenção nela, no que ela efetivamente é. Eis aí um bom exemplo dos perigos derivados da sofisticação da nossa mente, capaz de imaginar de uma forma livre e tão grandiosa que a realidade jamais irá alcançar.

OBESIDADE X MERCADO DE TRABALHO



Executivo obeso recebe salário menor


Pesquisa do Grupo Catho – A Contratação, A Demissão e A Carreira dos Executivos Brasileiros – realizada junto a 31.000 executivos identificou que 65% dos presidentes e diretores de empresas têm alguma restrição na hora de contratar pessoas obesas. Isso acontece, segundo a pesquisa, porque existe, mesmo que não declarada, uma discriminação contra os trabalhadores obesos. Segundo dados do estudo da Catho, o mercado paga mais às pessoas magras. Pelos cálculos dos pesquisadores, cada ponto a mais no IMC – Índice de Massa Corporal significa, para um gerente, que ele ganha R$ 92/mês a menos.


Sobrepeso afeta metade dos industriários


Metade dos trabalhadores da indústria brasileira está acima do peso ideal e 26,3% deles sofrem de hipertensão arterial. Os dados são do Perfil Epidemiológico de Fatores de Risco em Trabalhadores da Indústria, pesquisa divulgada pelo Serviço Social da Indústria (SESI). A pesquisa revela que, além dos 49,7% dos trabalhadores que apresentaram excesso de peso, 13,5% dos industriários são obesos. Outros 7,7% têm colesterol elevado e 2,9% são portadores de diabetes. A pesquisa foi conduzida com 4.818 industriários em cinco estados - Alagoas, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Tocantins.


No dia-a-dia


De acordo com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, 10,5 milhões de brasileiros com 20 anos ou mais são obesos, ou seja, 8,9% da população masculina e 13,1% das mulheres. Se considerada também a população que está acima do peso ideal, o número salta para 40,6% (quase 39 milhões de pessoas). Ao confrontarmos os dados com a situação nas empresas, podemos chegar a uma conclusão: não é fácil para o obeso conseguir emprego.


O obeso se depara com muitos percalços durante a vida profissional. “Podemos citar as dificuldades das pessoas obesas para conseguir cargos que exigem uma exposição maior da imagem corporal, não porque as empresas exigem ‘pessoas bonitas’, mas porque a beleza parece estar ligada à idéia de saúde e de uma boa relação das pessoas com o próprio corpo. Além disso, os obesos têm muita dificuldade em acompanhar a agilidade motora dos magros, em cargos que exigem tal habilidade. Finalmente, os profissionais obesos têm maiores índices de comorbidades com faltas ao trabalho relacionadas aos problemas de saúde e maiores índices de licenças médicas. O preconceito existe e é um fator que complica a vida do obeso e estreita seu horizonte profissional ”, afirma Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional.


“Muito provavelmente, preocupadas com possíveis desdobramentos de problemas de saúde, as companhias evitam a contratação do profissional obeso”, afirma Ellen Simone Paiva, endocrinologista. Segundo a médica, o excesso de peso é um fator de risco maior nas cardiopatias, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e outras doenças crônicas. “De acordo com a Organização Mundial de Saúde, aproximadamente 80% das doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), diabetes tipo II e 40% dos cânceres poderiam ser evitados com uma dieta saudável, atividade física regular e abolição do tabaco. O sobrepeso e a obesidade estão associados ao aumento nos custos com assistência médica e ao aumento no índice de faltas ao trabalho. A explicação para este fato é exatamente a associação entre a obesidade e as doenças cardiovasculares e o diabetes, com todos os riscos associados, tornando esses profissionais muito mais vulneráveis às pressões pelas metas das empresas e pela competitividade normalmente nelas existentes”, diz a médica.


Possibilidade de mudança


Hoje, o ambiente de trabalho tem se apresentado como mais um dos espaços para o enfrentamento da obesidade. “Muitas organizações já investem em programas de qualidade de vida que disseminam informações sobre a doença, mantém reuniões com equipes multidisciplinares em nutrição e realizam exames preventivos e de acompanhamento dos fatores de risco da obesidade”, afirma Ellen Paiva.


Para a instauração de um programa corporativo de qualidade de vida que combata e previna a obesidade é necessário conhecer o número de empregados com obesidade e sobrepeso, bem como mapear a presença de outros fatores de risco (colesterol elevado, sedentarismo, tabagismo) na organização. “É importante também que os colaboradores interessados em participar do programa sejam separados pelo grau de obesidade para se determinar a melhor abordagem a ser adotada com cada grupo e que ele seja homogêneo. Além disso, resultados muito promissores são obtidos através da atuação de psicólogos com grupos de obesos compulsivos”, informa a médica, que também é nutróloga.


“O ideal é que os programas empresariais englobem informação, sensibilização para mudança de comportamento, orientação nutricional, estímulo para a prática de atividade física e acompanhamento médico apropriado”, diz a especialista. Os colaboradores que apresentarem obesidade mórbida devem ser encaminhados para avaliação médica especializada. A abordagem da obesidade no ambiente de trabalho possibilitará às empresas ter funcionários mais produtivos, com mais ânimo e disposição para a realização de suas tarefas. “Investir no combate à obesidade e na qualidade de vida do funcionário trará também a conseqüente redução dos custos com assistência médica, diminuirá o absentismo, melhorará a produtividade e o grau de contentamento e comprometimento do colaborador, que se sentirá valorizado e incentivado. Isso será bom para o ser humano e para as empresas”, reforça a diretora do Citen.


ServiçoCITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional Endereço: Rua Vergueiro, 2564. Conjuntos 63 e 64 Vila Mariana São Paulo-SP CEP: 04102-000 Atendimento: De segunda a sexta. Horário: 08h30min às 18h30min horas. Telefone: (11) 5579 1561/5904 3273.

domingo, 4 de março de 2007







Incertezas

- Por Paulo Roberto Gaefke em 01/03/2007 -

O que ontem era certeza na sua vida , hoje, do nada, virou dúvida,os amigos que você sempre pensou poder contar, de repente sumiram,o relacionamento de anos que você pensava ser eterno, acabou com um bilhete,a saúde tão perfeita de sempre se revela ruim em um simples exame,os planos da tão sonhada viagem desmoronaram com a notícia de furacões na região.

Somos chamados ao testemunho todos os dias,e ai daquele que se achar forte e preparado para o "vestibular da vida",são provas diárias que desafiam até o mais inteligente, o sábio,o experiente, o professor, o juiz e o operário mais simples.

A bala perdida, a violência gratuita, a traição,a infidelidade, as acusações, as brigas, o desamor,não são provações causadas por um "deus vingativo",nem "resgates de débitos passados", expiações ou provas.Tudo é fruto da nossa intolerância,da ganância do homem em querer tudo para si,no consumismo desenfreado que chegamos,no orgulho cego que coloca barreiras entre a alma e a razão.

Somos convidados todos os dias a refletir no que fazemos,mas eu lhe digo que chegou o momento de refletir naquilo que deixamos de fazer,nas faltas que cometemos e nem ligamos mais,que passa pelo desrespeito mais tolo no trânsito,como virar naquela rua com o sinal de proibido, coma desculpa de que "todo mundo faz",até o menino abandonado nas ruas que nós sempre arranjamos um culpado,é a mãe parideira sem vergonha, é o governo incapaz...

E nós?Qual e a nossa parte nesse filme de terror?O quanto nossas almas e mãos estão limpas para julgarmos quem quer que seja?Quanto somos tão "certinhos" para despejar nossa revolta contra essa ou aquela criatura.Será que você na mesma situação que é tão fácil julgar, agiria de outra maneira?

Não, a culpa não é dos céus, nem de deuses vingadores,nem é o fim do mundo, é apenas o fim do ser humano,é a falência moral de muitos, de filhos sem rumoque se tornarão pais perdidos.

Chegou a hora de pensar no que deixamos de fazer, de arregaçar as mangas e deixar de lado a lamentação, a reclamação fácil e fazer alguma coisa pela sua casa, pelo seu bairro, pela sua cidade, e quando você menos perceber, vai sentir que tudo o que você fez pelo outros, fez na verdade, por você mesmo.Eu acredito em você.


Paulo Roberto Gaefke