terça-feira, 25 de agosto de 2015


Feminino Sagrado: A arte de se vestir

*Por Maria Soledad

Rainha


Como é meu guarda roupa?
Abarrotado de peças que não me refletem?
Mas não quero jogar fora …

Já sabemos que acumular nos faz mal, nosso campo energético fica fechado para o novo, para receber, pois se encontra cheio.
Quando vamos ao nosso guarda roupa devemos pegar cada peça de roupa e sentir se ela vibra, se está viva, se nos reflete, se com ela honramos o nosso ser. Se não é assim, pode vibrar para outra pessoa, e podemos doa-la.



Alguns critérios são importantes:


Que a minha roupa me lembre da Deusa que me habita.
Que os tecidos sejam sobretudo naturais, como algodão, linho, seda.
Que tenham boa origem e a tintura não seja toxica.
Que não seja fruto de trabalho escravo ou abusivo

Muitas vezes nos vestimos de forma inconsciente, buscando agradar, nos adaptar, copiar nossos pais, ou o oposto, rejeitando o vestuário, ou ainda buscando chocar nosso entorno, como em uma luta.



Nas culturas matriarcais as mulheres sempre se adornaram, pois elas não precisavam se esconder, nem ser discretas, podiam aparecer. Mas também não se vestiam para ser queridas, aprovadas e muito menos para competir. Elas se vestiam honrando a Deusa que as habita e expressando a beleza da terra, contribuindo com ela. Por isso vestiam do bom e do melhor sem culpas.

Se vestir dessa forma traz segurança, humildade, alegria. Ao contrário do que temos hoje: roupas para disfarçar que somos magras ou gordas, ou muito altas ou muito baixas. Roupas para satisfazer quem nos rodeia. Roupas para ser igual a algum modelo inalcançável. Roupas para se auto afirmar. O resultado geralmente é insegurança, sentimentos de inadequação, de nunca ser bom o suficiente, sempre algo está faltando.

Mas pode ser diferente. Podemos voltar a nos vestir  honrando-nos. Não tendo muita roupa, mas tendo realmente roupas nas quais nos sentimos bem, nas quais nos sentimos deusas.

Podemos voltar a cuidar dos tecidos e tintas que estarão em contato com nossa pele quase o dia todo. Tecidos sintéticos não deixam a pele respirar. Criam eletricidade e fecham nossa energia. Se as roupas foram feitas por pessoas em situação de sofrimento, como as mulheres que trabalham em um regime quase escravo, também trazem essa vibração para nós. Além de estarmos nutrindo esse regime de trabalho.

Como está seu guarda roupa?

*Maria Soledad é Psicóloga, especialista do feminino. Mora na França, e nos últimos 11 anos lecionou em mais de 15 países, formando terapeutas e líderes de grupos femininos. Tive o privilegio de ser sua aluna num curso maravilhoso, Ver todos posts por Maria Soledad

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

UM COSTUME EDIFICANTE...


Recebi o texto abaixo pelo Facebook, do prezado  Prem Abodha, e achei tão bacana a mensagem que não poderia deixar de compartilhar com vocês, leitores queridos. Espero que ela os leve a uma  boa e oportuna reflexão, tal qual ocorreu comigo..:


Há uma tribo africana que tem um costume muito bonito.
Quando alguém faz algo prejudicial e errado, eles levam a pessoa para o centroda aldeia, e toda a tribo vem e o rodeia. Durante dois dias, eles vão dizer ao homem todas as coisas boas que ele já fez.
A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom, cada um de nós desejando segurança, amor, paz, felicidade.Mas às vezes, na busca dessas coisas, as pessoas cometem erros. A comunidade enxerga aqueles erros como um grito de socorro.
Eles se unem então para erguê-lo, para reconectá-lo com sua verdadeira natureza, para lembrá-lo quem ele realmente é, até que ele se lembre totalmente da verdade da qual ele tinha se desconectado temporariamente:"Eu sou bom".
Fonte: Dharma Comics

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Educar para a vida...


Ensinem suas filhas e filhos a pegar ônibus logo cedo, primeiro com vocês, depois sozinhos. Eles vão precisar disso um dia na adolescência ou na vida adulta e mesmo que você seja muito rico e pense que não precisarão, não há como ter certeza. Se nunca andaram, terão tendência a ficarem abobalhados, pouco espertos e mais propensos a sofrerem assaltos ou atropelamentos.


Ensinem seus filhos e filhas a andar a pé, porque só se aprende a atravessar ruas andando a pé. Bicicleta só para recreação, com você carregando o malinha e sua mala rampa acima, não vai dar boa coisa. Molequinhos e molequinhas precisam saber ir e voltar. Carregarem seus casaquinhos, bonequinhas e carrinhos faz parte da missão: mãe e pai não são cabides.

Ensinem suas filhas e filhos desde bebês a descascar bananas, maiorezinhos devem saber comer maçã sem ser picada, devem aprender a espremer um suco no muque, usar garfo e faca, colocar a roupa suja no cesto, lavar, secar e guardar louça. Assim não serão os malas na casa da tia no dia do pijama. No mínimo.

Ensinem seus filhos e filhas adolescentes a lavar o próprio par de tênis, lavar, pendurar, recolher e dobrar roupas, cozinhar algo básico, trocar lâmpadas e resistência do chuveiro. Ensine que isso pode não ser prazeroso como tomar um sorvete ou jogar no celular, mas é importante e necessário.

Ensinem suas filhas e filhos a plantar, colher e entenderem a diferença entre um pé de alface e um pé de couve. Você pode não acreditar, mas por falta de ensinamentos básicos muita criança se cria achando que leite é um produto que nasce em caixas. Isso não é engraçado, é um efeito colateral involutivo do nosso tempo. 

Não tema o fogo, o fogão, a chaleira nas mãos dos coitadinhos. Se você não ensinar, eles vão fazer muita bobagem e vão se queimar. Educar é confiar nas capacidades e na inteligência deles. É mostrar perigos e ensinar a lidar com perigos.

Eduquem seus filhos para a vida, para capacidades. Prazer não precisa ser ensinado, é um benefício, um privilégio. Ter empregada doméstica em casa não deve ser visto e sentido como alguém que vem acoplado ao lar, quase uma "coisa" um "objeto humano" de limpar e organizar sem parar.

Essas não são dicas moralistas. Educar para a solidariedade é um ato até egoísta e nada poético. Ao ensinar coisas básicas de sobrevivência aos filhos, estamos promovendo confiança e capacidade, auto-estima, senso de dever e responsabilidade.

Evite produzir e multiplicar pessoas que um dia serão adultos entediados, mimados que acharão eternamente que vieram ao mundo a passeio, sem a menor noção do que é resiliência, inaptos para cuidar de si mesmos e de outros, caso se multipliquem preguiçosamente.

A vida pode ser bela, a vida pode não ser dura para herdeiros, mas ela cobrará sempre, de qualquer um de nós, firmeza e força de vontade. Isso não é nato, depende de adversidades e luta pela sobrevivência e nada tem a ver com capacidade de apertar um botão ou deslizar os dedões no Iphone.

*Por Cláudia Rodrigues

sábado, 8 de agosto de 2015

Cântico da Esperança


Não peça eu nunca 
para me ver livre de perigos,  
mas coragem para afrontá-los.

Não queira eu 
que se apaguem as minhas dores, 
mas que saiba dominá-las 
no meu coração.

Não procure eu amigos 
no campo da batalha da vida, 
mas ter forças dentro de mim.

Não deseje eu ansiosamente 
ser salvo, 
mas ter esperança 
para conquistar pacientemente 
a minha liberdade.

Não seja eu tão covarde, Senhor, 
que deseje a tua misericórdia 
no meu triunfo, 
mas apertar a Tua mão 
no meu fracasso!


*Rabindranath Tagore, O Coração da Primavera