quinta-feira, 28 de novembro de 2013

DIA DE AÇÃO DE GRAÇAS

Hoje é "Dia de Ação de Graças" instituído no Brasil pela Lei 787 de 27 de agosto de 1947 pelo presidente Eurico Gaspar Dutra e modificada pela Lei 5110 de 1966 pelo presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. À semelhança dos Estados Unidos a lei contempla a quarta quinta-feira do mês de novembro, para agradecimentos a Deus pelo alimento que nos é dado em abundância. Assim compartilho com vocês esta data. A seguir a síntese do significado deste dia..:
O costume do "Dia de Ação de Graças" vem dos Estados Unidos. Em 1620, saindo da Inglaterra, singra os mares o "Mayflower", levando a bordo muitas famílias. São peregrinos puritanos que, fugindo da perseguição religiosa, vão buscar a terra da liberdade. Chegando ao continente americano, fundam treze colônias, semente e raiz dos Estados Unidos da América do Norte.
O primeiro ano foi doloroso e difícil para aquelas famílias. O frio e as feras eram fatores adversos. Não desanimaram. Todos tinham fé em Deus e nas suas promessas. Cortaram árvores, fizeram cabanas de madeira, e semearam o solo, confiantes. Os índios, conhecedores do lugar, ensinaram a melhorar a produção. E Deus os abençoou. No outono de 1621, tiveram uma colheita tão abençoada quanto abundante. Emocionados e sinceramente agradecidos, reuniram os melhores frutos, e convidaram os índios, para juntos celebrarem uma grande festa de louvor e gratidão a Deus. Nascia o "Thanksgiving Day", celebrado até hoje nos Estados Unidos, na quarta quinta-feira de novembro, data estabelecida pelo Presidente Franklin D. Roosevelt, em 1939, e aprovada pelo Congresso em 1941.
O embaixador brasileiro Joaquim Nabuco, participando, em Washington, da celebração do Dia Nacional de Ação de Graças, falou em tom profético: "Eu quisera que toda a humanidade se unisse, num mesmo dia, para um universal agradecimento a Deus". Estas palavras moveram consciências no Brasil. No governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra, o Congresso Nacional aprovou a Lei 781, que consagrava a última quinta-feira do mês de novembro como o Dia Nacional de Ação de Graças.
Porém, em 1966, o Marechal Humberto Castelo Branco modificou esta Lei, dizendo que não a última, mas a quarta quinta-feira do mês de novembro seria o Dia Nacional de Ação de Graças, para coincidir com esta celebração em outros países. (Wikipedia)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

QUANDO...
~São Francisco de Assis~

Quando não há nada mais a ser dito, silencia.

Quando não há mais nada a ser feito, permitas apenas ser, apenas estar
e fica na companhia do teu coração e este indicará o momento apropriado para agires.

Quando a lentidão dos dias acomodar tua vontade, enlaçando-te com os nós da intranquilidade, descansa e refaz tua energia.

Não há pressa, a prioridade é que tu encontres novamente a tua essência para que tenhas presente em ti a alegria de ser e estar.

Quando o vazio instalar-se em teu peito, dando-te a sensação de angústia e esgotamento,
repara tua atenção e encontra em ti mesmo a compreensão para este estado.

É necessário descobrirmo-nos em tais estados, para que estes não se transformem no desconhecido, no incontrolável.

Tudo pode ser mudado, existe sempre uma nova escolha para qualquer opção errada que tenhas feito.

Quando ouvires do teu coração que não há nenhuma necessidade em te preocupares com a vida,
saibas que ele apenas quer que compreendas que nada é tão sério a ponto de te perderes para sempre da tua divindade,
ficando condenado a não ver mais a luz que é tua por natureza.

Não te preocupes, se estiveres atento a ti mesmo verás que a sabedoria milenar está contigo,
conduzindo-te momento a momento àquilo que realmente necessitas viver.

Confia e vai em teu caminho de paz.

Nada é mais gratificante que ver alguém submergindo da escuridão apenas por haver acreditado na existência da luz.

Ela sempre esteve presente...

Era só abrir os olhos...





quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O amor é a energia que expande, abre, liberta, fica, revela, partilha, cura

O amor é a energia que expande, abre, liberta, fica, revela, partilha, curaO medo é a energia que contrai, fecha, isola, foge, esconde, amealha, faz mal.
O amor é a energia que expande, abre, liberta, fica, revela, partilha, cura.
O medo envolve os nossos corpos com roupagens, o amor permite-nos andar desnudos. O medo pega-se e agarra-se a tudo o que temos, o amor despoja-se de tudo isso. O medo cerca-nos, o amor enlaça-nos. O medo prende, o amor liberta. O medo infecta, o amor alivia. O medo agride, o amor apazigua.
Qualquer pensamento, palavra ou ação humana assenta numa destas emoções. Nada podes fazer quanto a isso pois não tens outras hipóteses de escolha. Mas o teu livre arbítrio permite-te escolher entre as duas. Dito, assim parece tão fácil e, no entanto, no momento da decisão, o medo vence mais frequentemente. Porquê?
Ensinaram-nos a viver com medo. Falaram-vos da sobrevivência dos mais aptos, da vitória dos mais fortes e do êxito dos mais espertos. Muito pouco se fala do triunfo dos mais afetuosos. E, por isso, esforçam-se por serem os mais aptos, os mais fortes, os mais espertos- de uma forma ou outra – e se, numa dada situação, se veem como algo menos que isso temem vir a perder, pois disseram-vos que ser menos é ser-se vencido.
E por isso, claro, escolhem a ação movida pelo medo, pois foi o que vos ensinaram. Eu, porém, ensino-vos o seguinte: se escolherem a ação movida pelo amor farão mais do que sobreviver, mais do que vencer, mais do que obter êxito. Nesse caso experienciarão a plena glória de Quem Realmente São e quem podem ser.

Neale Donald Walsch

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Uma Pessoa Verdadeiramente Forte


A gente costuma ouvir que uma pessoa é forte, que tem gênio forte, quando ela reage com grande violência em situações que a desagradam.


Ou seja, a pessoa de temperamento forte só está bem e calma quando tudo acontece exatamente de acordo com a vontade dela.

Nos outros casos, sua reação é explosiva e o estouro costuma provocar o medo nas pessoas que a cercam.

Talvez essas pessoas sejam responsáveis por chamar o estourado de forte, porque acabam se submetendo à vontade dele.

Ele é forte porque consegue impor sua vontade, quase sempre por conta do medo que as pessoas têm do seu descontrole agressivo e de sua capacidade para fazer escândalo.

Se pensarmos mais profundamente, perceberemos que as pessoas de "gênio forte" conseguem fazer prevalecer seus desejos apenas nas pequenas coisas do cotidiano.

Elas decidirão a que restaurante os outros irão; a que filme o grupo irá assistir; se a família vai para a praia no fim de semana e assim por diante.

As coisas verdadeiramente importantes - a saúde delas e a das pessoas com quem convivem; o sucesso ou fracasso nas atividades profissionais, estudos ou investimentos; as variações climáticas e suas tragédias, como inundações, desabamentos e terremotos; a morte de pessoas queridas - não são decididas por nenhum de nós.

O que leva os de "gênio forte" a comportamentos ridículos: berram, esperneiam e blasfemam diante de acontecimentos inexoráveis, e contra os quais nada podemos fazer.

Reagem como crianças mimadas que não podem ser contrariadas! Afinal de contas, isso é ser uma pessoa forte? É claro que não.

Querer mandar nos fatos da vida, querer influir em coisas cujo controle nos escapa, não é sinal de força, como também não é sinal de bom senso, sensatez e de uso adequado da inteligência.

Talvez fosse muito bom se pudéssemos influir sobre muitas coisas que são essenciais. Mas a verdade é que não podemos.

Isso nos deixa inseguros, pois coisas desagradáveis e dolorosas podem acontecer a qualquer momento. E não serão nossos berros que impedirão nossos filhos de serem atropelados, nossos pais de morrerem, nossa cidade de ter enchentes ou desabamentos.

O primeiro sinal de força de um ser humano reside na humildade de saber que não tem controle sobre as coisas que lhe são mais essenciais. Sim, porque este indivíduo aceitou a verdade. E isso não é coisa fácil de fazer, especialmente quando a verdade nos deixa impotentes e vulneráveis.

O segundo sinal, e o mais importante, é a pessoa compreender que ela terá que tolerar toda a dor e todo o sofrimento que o destino lhe impuser.

E mais - e este é o terceiro sinal -, terá que tolerar com "classe" e sem escândalos.

Não adianta se revoltar. Não adianta blasfemar contra Deus. Ser forte é ter competência para aceitar, administrar e digerir todos os tipos de sofrimento e contrariedade que a vida forçosamente nos determina.

É não tentar ser espertinho nas coisas que são de verdade.

As pessoas que não toleram frustrações, dores e contrariedades são as fracas e não as fortes. Fazem muito barulho, gritam, fazem escândalos e ameaçam bater.

São barulhentas e não fortes - estas duas palavras não são sinônimos!

O forte é aquele que ousa e se aventura em situações novas, porque tem a convicção íntima de que, se fracassar, terá forças interiores para se recuperar.

Ninguém pode ter certeza de que seu empreendimento - sentimental, profissional, social - será bem-sucedido. Temos medo da novidade justamente por causa disso.

O fraco não ousará, pois a simples ideia do fracasso já lhe provoca uma dor insuportável.

O forte ousará porque tem a sensação íntima de que é capaz de aguentar o revés.

O forte é aquele que monta no cavalo porque sabe que, se cair, terá forças para se levantar.

O fraco encontrará uma desculpa - em geral, acusando uma outra pessoa - para não montar no cavalo. Fará gestos e pose de corajoso, mas, na verdade, é exatamente o contrário. Buscará tantas certezas prévias de que não irá cair do cavalo que, caso chegue a tê-las, o cavalo já terá ido embora há muito tempo.

O forte é o que parece ser o fraco: é quieto, discreto, não grita e é o ousado. Faz o que ninguém esperava que ele fizesse.

Site Oficial: http://bit.ly/VP8dRL

segunda-feira, 4 de novembro de 2013




A transfiguração na morte
Leonardo Boff
(Recebi essa mensagem via Email  do amigo Padre Luigi)
Vela 3
O Dia dos Mortos, 2 de novembro, é sempre  ocasião para pensarmos na morte. Trata-se de um tema existencial. Não se pode falar da morte de uma maneira exterior a nós mesmos, porque todos nós somos acompanhados por esta realidade que, segundo Freud, é a  mais difícil de ser digerida pelo aparelho psíquico humano. Especialmente nossa cultura procura afastá-la, o mais possível, do horizonte, pois ela nega todo seu projeto assentado sobre a vida material e seu desfrute etsi mors non daretur, como se ela não existisse.

No entanto, o sentido que damos à morte é o sentido que nós damos à vida. Se decidimos que a vida se resume entre o nascimento e a morte, e esta detém a última palavra, então a morte ganha um sentido, diria, trágico, porque com ela tudo termina no pó cósmico. Mas se interpretarmos a morte como uma invenção da vida, como parte da vida, então não a morte mas a vida constitui a grande interrogação.

Em termos evolutivos, sabemos que, atingido certo grau elevado de complexidade, ela irrompe como um imperativo cósmico, no dizer do Prêmio Nobel de Biologia Christian de Duve que escreveu uma das mais brilhantes biografias da vida sob o título Poeira vital (1984). Mas ele mesmo assevera: podemos descrever as condições de seu surgimento, mas não podemos definir o que ela seja.  Na minha percepção, a vida não é nem temporal, nem material, nem espiritual. A vida é simplesmente eterna. Ela se aninha em nós e, passado certo  lapso temporal, ela segue seu curso pela eternidade afora. Nós não acabamos na morte. Transformamo-nos pela morte, pois ela representa a porta de ingresso no mundo que não conhece a morte, onde não há o tempo mas só a eternidade.

Consintam-me testemunhar duas experiências pessoais de morte, bem diversas da visão dramática que a nossa cultura nos legou. Venho da cultura espiritual franciscana. Nos meus quase 30 anos de frade, pude vivenciar a morte como São Francisco a vivenciou. A morte era um entregar-se confiante, como quem se sabe na palma da mão de Deus
A primeira experiência era aquela que, como frades, fazíamos toda sexta-feira, às sete e meia da noite: “o exercício da boa morte”.  Deitávamos na cama, com hábito e tudo.  Cada um se colocava diante de Deus e fazia um balanço de toda a sua vida, regredindo até onde a memória pudesse alcançar. Colocávamos tudo, à luz de Deus e aí, tranquilamente, refletíamos sobre o porquê da vida e o porquê dos ziguezagues deste mundo. No final, alguém recitava em voz alta no corredor o famoso salmo 50, o Miserere, no qual o rei Davi suplicava a Deus o perdão  de seus pecados. E também se proclamavam as consoladoras palavras da epístola de São João: “Se o teu coração te acusa,  saiba que Deus é maior do que o teu coração”. 
Éramos, assim, educados para uma entrega total, um encontro face a face com a morte diante de Deus. Era um entregar-se confiante, como quem se sabe na palma da mão de Deus. Depois, íamos alegremente para a recreação tomar algum refresco, jogar xadrez ou simplesmente conversar. Esse exercício  tinha como efeito um sentimento de grande libertação. A morte era vista como a irmã que nos abria a porta para a Casa do Pai.
A outra experiência diz respeito ao dia da morte e do sepultamento de algum confrade. Quando morria alguém, fazia-se festa no convento, com recreação à noite com comes e bebes. O mesmo ocorria depois de seu sepultamento. Todos se reuniam e celebravam a passagem, a páscoa e o natal, o vere dies natalis (o verdadeiro dia do nascimento) do falecido. Pensava-se: ele na vida foi, aos poucos, nascendo e nascendo até acabar de nascer em Deus. Por isso havia festa no céu e na terra. Esse rito é sagrado  e celebrado  em todos os conventos franciscanos. 
O frade que deixou este mundo entrava na comunhão dos santos, está vivo, não é um ausente, apenas um invisível. Há celebração  mais digna da morte do que esta inventada por São Francisco de Assis, que chamava a todos os seres de irmãos e irmãs e também a morte de irmã? 
A percepção da morte é outra. As pessoas são induzidas a conviver com a morte, não como uma bruxa que vem e arrebata a vida mas como a irmã que vem abrir a porta para um nível mais alto de vida em Deus. 
Cada cultura tem a sua interpretação da morte. Estive há tempos entre os mapuches, no sul da Patagônia argentina, falando com os lomkos, os sábios da tribo. Eles têm bem outra compreensão da morte. A morte significa passar para o outro lado, para o lado onde estão os anciãos. Não é abandonar a vida, é deixar seu lado visível para entrar no lado invisível e conviver com os anciãos. De lá acompanham as famílias, os entes queridos e outros próximos, iluminando-os. A morte não tem nenhuma dramaticidade. Ela pertence à vida, é o seu outro lado.

Poderíamos passar por várias outras culturas para conhecer-lhes o sentido da vida e da morte. Mas fiquemos no nosso tempo moderno. Há um filósofo que trabalhou positivamente o tema da  morte: Martin Heidegger. Em sua analítica existencial afirma que a condição humana, em grau zero, é a de que somos um ser no mundo, este não como lugar geográfico mas como o conjunto das relações que nos permitem produzir e reproduzir a vida. A condition humaine  é estar no mundo com os outros, cheios de cuidados e abertos para a morte. A morte é vista não como uma tragédia e, sim, como a derradeira expressão da liberdade humana, enquanto último ato de entrega.

Essa entrega sem resto abre a possibilidade para um mergulho total na realidade e no Ser. É uma espécie de volta ao seio de onde viemos como entes mas que buscam o Ser. E finalmente, ao morrer, somos acolhidos pelo Ser. E aí já não falamos porque não precisamos mais de palavras. É o puro viver pela alegria de viver e de ser no Ser. Para o homem religioso, este Ser não é outro senão o Supremo Ser, o Deus vivo que nos dá a plenitude da vida.

*Leonardo Boff, teólogo e filósofo, é também escritor. É dele o livro 'Vida para além da morte' ( Vozes, 2012).- leonardo Boff 

Quanto a mim, prossigo na mesma intenção do Drummond:
     "Eu preparo uma canção que faça acordar os homens e adormecer as crianças" (Drummond).