domingo, 4 de outubro de 2009

A importância do autoconceito



Ter um bom autoconceito é fundamental para o equilíbrio emocional da criança
Uma criança com uma boa auto-estima e confiança nas suas capacidades irá apresentar perante o mundo que a rodeia uma atitude positiva e de descoberta essencial para o seu desenvolvimento cognitivo e afetivo. Por outro lado, uma criança que não sinta confiança nas suas próprias capacidades, que tenha demasiados medos e se sinta muito insegura, verbalizando freqüentemente sentimentos de incompetência, irá diminuir o número de experiências sobre o meio que a rodeia, não arriscando e desistindo, o que trará conseqüências negativas para o seu desenvolvimento. Quando se avalia o autoconceito há que ter em conta diversos critérios que concorrem para que cada criança desenvolva uma autopercepção mais ou menos positiva: aparência física, competência atlética, competência acadêmica (aquisição de competências formais e/ou informais), aceitação social e sentimento geral de bem-estar.
Como se pode definir?
Na literatura existem diversas definições para o autoconceito, como, por exemplo, a de Pajares e Miller (1994) que consideram o autoconceito como um conjunto de crenças de autovalorização, associadas à competência percebida de um sujeito. Desta forma, o autoconceito pode ser entendido como a atitude valorativa que um indivíduo tem sobre si mesmo e o quanto ele se sente capaz de realizar alguma tarefa. Outra definição, igualmente interessante, é a de Villa Sanchez e Murachco (1999) que definem o autoconceito como o conjunto de atitudes que um indivíduo tem para consigo mesmo e que é composto por elementos cognitivos, afetivos e comportamentais com uma influência decisiva na maneira como cada um percebe os acontecimentos, os objetos e as outras pessoas no seu meio ambiente.
Como se constrói?
Os alicerces de um bom autoconceito baseiam--se nas relações que a criança estabelece com os seus cuidadores durante os três primeiros anos de vida, nomeadamente a partir do sentimento de ser profundamente amada, aceite e valorizada pelas pessoas significativas. O amor incondicional e a aceitação experienciada nos primeiros três anos de vida criam a estrutura emocional para o amor-próprio posterior, e tornam a criança mais segura e com mais capacidade para lidar com críticas ocasionais e avaliações negativas que geralmente acompanham a socialização da criança na comunidade.
À medida que ela cresce, a sociedade começa a impor critérios mais rigorosos e condições para dar amor e aceitação. Se os sentimentos precoces de amor e aceitação recebidos dos pais e de outros cuidadores foram verdadeiros e saudáveis, estarão profundamente enraizados na personalidade da criança de forma que ela terá condições de resistir com mais facilidade às prováveis rejeições, incompreensões e repressões dos anos posteriores.
Da mesma forma, influências negativas presentes na nossa infância podem conduzir a um baixo autoconceito, tais como: críticas, rejeições, humilhações, abandono, desvalorizações e perdas. É importante frisar que a construção dessa percepção negativa de si mesmo é o resultado de interações sociais (familiares, escolares, entre outras...) onde a criança vivencia situações onde é colocada numa posição em que se sente inferiorizada e com sentimentos de incapacidade.
Efetivamente, as crianças não decidem como querem ser ou como vão reagir perante determinada situação, mas formam auto-imagens baseadas fortemente na forma como são tratadas por pessoas significantes, como os pais, professores, irmãos e amigos. Se as relações estabelecidas nos primeiros anos não forem seguras e gratificantes, a criança poderá tornar-se um indivíduo que age tentando agradar aos outros para evitar rejeições, conflitos e confrontos, construindo um conceito negativo sobre as suas próprias capacidades. Se o nosso objetivo é criar crianças felizes que se transformem em adultos realizados, será então fundamental que estas sintam confiança nas suas capacidades e que gostem de si.

                    (FONTE : http://familia.sapo.pt/crianca/emocoes/coisas_de_crianca/1002194.html)





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